13 de agosto de 2024
Saldo de Tesouraria: O Que É, Para Que Serve e Como Calcular

A gestão financeira eficiente é um pilar fundamental para o sucesso de qualquer empresa. Sendo assim, o Saldo de Tesouraria (ST), também conhecido como Saldo Disponível, surge como um indicador valioso para avaliar a situação financeira de curto prazo da organização.
Neste artigo, vamos explorar o conceito do Saldo de Tesouraria, sua importância, como calculá-lo e analisar um exemplo prático.
O que é?
O Saldo de Tesouraria (ST) representa a diferença entre o ativo circulante financeiro e o passivo circulante financeiro de uma empresa.
Em outras palavras, ele indica a capacidade da organização de honrar seus compromissos financeiros de curto prazo utilizando seus recursos disponíveis e aplicações financeiras de curto prazo.
Segundo Dante C. Matarazzo, o Saldo de Tesouraria “é um indicador da situação financeira de curto prazo da empresa, que reflete sua capacidade de honrar seus compromissos financeiros imediatos”.
Para que serve o Saldo de Tesouraria?
O Saldo de Tesouraria serve para:
Avaliar a liquidez de curto prazo: O ST indica se a empresa possui recursos financeiros suficientes para cumprir suas obrigações financeiras de curto prazo, como empréstimos, financiamentos.
Identificar a necessidade de capital de giro: Um ST positivo pode indicar que a empresa possui recursos excedentes para financiar suas atividades operacionais, enquanto um ST negativo pode sinalizar a necessidade de captação de recursos externos.
Analisar a gestão financeira: O acompanhamento do ST ao longo do tempo permite avaliar a eficiência da gestão financeira da empresa, identificando possíveis desequilíbrios entre as entradas e saídas de caixa.
Orientar a tomada de decisões: Com base no ST, os gestores podem tomar decisões estratégicas, como a aplicação de recursos excedentes, a renegociação de dívidas ou a busca por fontes alternativas de financiamento.
Como calcular?
O cálculo do Saldo de Tesouraria pode ser realizado de duas maneiras:
ST = Ativo Circulante Financeiro (ACF) – Passivo Circulante Financeiro (PCF)
Onde:
Ativo Circulante Financeiro (ACF): são os recursos financeiros de curto prazo da empresa, como caixa, bancos e aplicações financeiras.
Passivo Circulante Financeiro (PCF): são as obrigações financeiras de curto prazo da empresa, como empréstimos e financiamentos.
Outra forma de calcular é através da diferença entre o Capital Circulante Líquido (CCL) e a Necessidade de Capital de Giro (NCG):
ST = Capital Circulante Líquido (CCL) – Necessidade de Capital de Giro (NCG)
Onde:
Capital Circulante Líquido (CCL): é a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, representando os recursos de longo prazo aplicados no curto prazo.
Necessidade de Capital de Giro (NCG): é a diferença entre o Ativo Circulante Operacional e o Passivo Circulante Operacional, representando a necessidade de recursos para financiar as atividades operacionais da empresa.
Exemplo prático: Calculando o ST da Empresa ABC
Vamos calcular o Saldo de Tesouraria da Empresa ABC com base nas seguintes informações:
Ativo Circulante Financeiro:
- Caixa: R$ 50.000
- Bancos: R$ 200.000
- Aplicações financeiras: R$ 150.000
Total do ACF: R$ 400.000
Passivo Circulante Financeiro:
- Empréstimos de curto prazo: R$ 120.000
- Financiamentos de curto prazo: R$ 80.000
Total do PCF: R$ 200.000
Aplicando a fórmula do ST:
ST = Ativo Circulante Financeiro – Passivo Circulante Financeiro ST = R$ 400.000 – R$ 200.000 ST = R$ 200.000
Portanto, o Saldo de Tesouraria da Empresa ABC é de R$ 200.000.
Isso significa que a empresa possui um excedente de recursos financeiros de curto prazo para honrar seus compromissos imediatos.
Interpretando o Saldo de Tesouraria
A interpretação do Saldo de Tesouraria pode variar de acordo com o resultado obtido:
ST positivo: Quando o ST é positivo, indica que a empresa possui mais recursos financeiros de curto prazo do que obrigações financeiras de curto prazo. Isso sugere uma situação de liquidez favorável e uma maior capacidade de honrar compromissos imediatos.
ST negativo: Quando o ST é negativo, indica que a empresa possui mais obrigações financeiras de curto prazo do que recursos financeiros de curto prazo. Isso pode sinalizar uma situação de iliquidez e a necessidade de captação de recursos externos para cumprir as obrigações.
ST nulo: Quando o ST é nulo, indica que os recursos financeiros de curto prazo são iguais às obrigações financeiras de curto prazo. Essa situação de equilíbrio pode ser considerada adequada, desde que a empresa consiga gerar fluxos de caixa suficientes para manter essa condição.
É importante ressaltar que a interpretação do ST deve levar em consideração o setor de atuação da empresa, seu ciclo financeiro e suas estratégias de gestão de caixa.
Além disso, a análise do ST deve ser feita em conjunto com outros indicadores financeiros, como a Necessidade de Capital de Giro (NCG) e o Capital Circulante Líquido (CCL), para uma visão mais abrangente da situação financeira da empresa.
Estratégias para gerenciar o Saldo de Tesouraria
Para gerenciar eficientemente o Saldo de Tesouraria, as empresas podem adotar as seguintes estratégias:
Planejamento financeiro: Elaborar projeções de fluxo de caixa de curto prazo, considerando as entradas e saídas previstas, para antecipar possíveis desequilíbrios no ST e tomar medidas corretivas antecipadamente.
Gestão eficiente do ciclo financeiro: Buscar reduzir o prazo médio de recebimento de clientes e aumentar o prazo médio de pagamento a fornecedores, sem comprometer a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos. Essa estratégia pode contribuir para a melhoria do ST.
Aplicação de recursos excedentes: Quando o ST é positivo e consistente ao longo do tempo, a empresa pode considerar a aplicação dos recursos excedentes em investimentos de baixo risco e alta liquidez, visando a otimização da rentabilidade.
Renegociação de dívidas: Caso o ST esteja negativo e a empresa enfrente dificuldades para cumprir suas obrigações financeiras, pode ser necessário renegociar as dívidas de curto prazo, buscando alongar os prazos de pagamento ou obter condições mais favoráveis.
Monitoramento contínuo: Acompanhar regularmente a evolução do ST, identificando tendências e variações significativas. Essa prática permite que a empresa tome medidas corretivas rapidamente, evitando que a situação financeira se deteriore.
A importância do indicador para a tomada de decisões estratégicas
O Saldo de Tesouraria é um indicador fundamental para a tomada de decisões estratégicas nas empresas. Sendo assim, ao analisar o ST, os gestores podem identificar oportunidades de melhoria na gestão financeira de curto prazo e definir estratégias para otimizar a utilização dos recursos disponíveis.
Com ST positivo e consistente, gestores podem investir recursos excedentes em expansão, aquisições estratégicas ou melhoria da infraestrutura operacional.
Essas decisões visam impulsionar o crescimento e a competitividade da empresa no longo prazo.
Por outro lado, se a empresa enfrenta ST negativo recorrente, gestores podem reestruturar dívidas, buscar financiamento alternativo ou reduzir custos e despesas.
Sendo assim, essas ações têm como objetivo equilibrar o fluxo de caixa e garantir a sustentabilidade financeira da organização.
Conclusão
O Saldo de Tesouraria é um indicador vital para a gestão financeira eficiente das empresas. Como resultado, ele representa a diferença entre os recursos financeiros de curto prazo e as obrigações financeiras de curto prazo, refletindo a capacidade da organização de honrar seus compromissos imediatos.
Sendo assim, o cálculo e o acompanhamento regular do ST permitem que os gestores tomem decisões estratégicas embasadas, otimizem a utilização dos recursos financeiros e garantam a saúde financeira da empresa no curto prazo.
Além disso, a adoção de estratégias adequadas para gerenciar o ST, como o planejamento financeiro, a gestão eficiente do ciclo financeiro e o monitoramento contínuo, pode contribuir para a melhoria da situação financeira da organização.
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